Expressões religiosas Warao na Amazônia paraense
Palavras-chave:
Warao, Subjetividade, saúde, expressões religiosasResumo
As expressões religiosas na Amazônia paraense são compostas de imagens e narrativas que se sobrepõe em um imaginário compartilhado nos mesmos espaços de interação social, não estando a noção de povo amazônico dissociado da fusão entre a magia religiosa e o organismo social, já que ambas se entrelaçam e criam o universo cosmológico amazônico, onde o tempo ocupa característica distintas e a poética mitológica se encontra com a necessidade ordineira, traduzindo formas de existência relacionadas as necessidades do viver, morrer, coletar e outros. Uma maneira de interpretar esse relacionamento próximo entre a produção de subjetividade, bioculturalidade amazônica e expressões religiosas são os estudos inspirados na interpretação da saúde, que subordinada às linguagens do sobrenatural dos povos tradicionais e inaugura uma outra perspectiva de saúde, pautada nas relações mágicas, animistas e totêmicas produzidas pelos povos amazônicos. Neste sentido, o estudo objetiva refletir os aspectos de subjetividade, saúde e expressões de religiosidade a partir da cosmologia Warao e do transito étnico na Amazônia paraense. Os dados etnográficos foram colhidos nos anos de 2020-2023 no espaço de abrigamento no Tapanã, considerando as colaborações do Aidamo Valentin Perez. Foram realizadas mais de 80 visitas de campo (sem contar as reuniões e atividades fora do espaço de abrigamento). A interpretação dos dados levou em consideração a bibliografia prévia, documentos da ONU-ACNUR e de outros departamentos públicos que lidam direta e indiretamente com a questão dos Warao na cidade de Belém/PA. Os resultados refletem as relações etnobiológicas e de subjetivações, as expressões de religiosidade que abrangem uma complexidade de vínculos humanos, linguagens, sociabilidades étnico-raciais e culturalidades, onde as expressões religiosas ocupam uma questão central. Conclui-se que em ambos os casos, os ritos mágicos são sempre considerados anormais, pois refletem outras lógicas de subjetivação do eu, da fisiologia e da identidade. Entre as comunidades ameríndias Warao em centros urbanos, as práticas ritualísticas são sempre periódicas e de contextos específicos que os insere em relações de solidariedade e religiosidade.
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